sábado, 14 de maio de 2011

Armazém de Secos e Molhados

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por Célio de Abreu
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Este grande e bem montado armazém pertencia a Agostinho Peres da Silva e estava localizado a rua Coronel Martins, ou rua de baixo, como era também conhecida.
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Ele era filho de Emígdio Peres da Silva, italiano de nascimento, conhecido na cidade por suas qualidades intelectuais e sua mãe chamava-se Rosária e tinha mais 5 irmãos; José ( Juca Peres) que trabalhava no armazém, Emígdio, Celebrino, Benedicta e Rosa.
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Sua mãe Rosária era filha da Nhá Tude ( Gertrudes) irmã do Dominguinho folheiro antigo morador da rua Dr. Oscar Thompson e tinha dentre outros filhos, o João ‘Canequinha’ também falecido, que residiu por muitos anos na rua Humaitá.
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O armazém estava localizado numa esquina do beco da prefeitura e tinha uma escada de pedra que descia até o rio e era utilizado por pescadores e moradores das imediações que ali descartavam os mais diferentes inservíveis.
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As lavadeiras procuravam outro beco rio acima, onde havia pedras na margem esquerda do rio.
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Em frente, do outro lado da rua, ficava a casa das irmãs Eliza e Inês que eram costureiras e emprestavam a casa para as irmãs do Instituto Santo Antônio para ensino preparatório de primeira comunhão.
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Em geral os armazéns de secos e molhados comercializavam quase os mesmos produtos e os moradores costumavam comprar nas vendas de costume, ficando fregueses á estes armazéns a vida inteira, pagando por mês ou por ano.
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Nestas ‘Vendas’ encontrava-se tudo que uma família necessitava.
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Os derivados da cana de açúcar, derivados do milho e da mandioca, tabaco, peixe salgado, feijão a granel, queijo e manteiga, aguardente, amendoim, ferramentas para lavoura, anzóis para pesca, chumbo e pólvora para caça, querosene para iluminação, panelas de ferro, carne seca e sal grosso para moer em casa.
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A fotografia é provavelmente do ano de 1929, pois encontramos um anúncio deste estabelecimento no jornal “O Parahybuna” em sua edição do mês de maio ressaltando a qualidade de seus produtos, o preço baixo e o número do telefone 12.
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Cremos que neste final dos anos 20 haviam poucas residências atendidas pelo serviço telefônico e não conseguimos imaginar qual a funcionalidade de se pintar o número do telefone na fachada do prédio.
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O tráfego aumentou muito com o passar dos anos, pois a rua Cel. Martins servia de estrada para o litoral e no início de 1960 a administração municipal não teve outra alternativa a não ser demolir os prédios que tinham fundos para o rio Paraibuna afim de alargar a via.
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E este velho armazém, assim com muitos outros estabelecimentos comerciais e residências foram desapropriadas e demolidos para a abertura da avenida Beira Rio.



Um comentário:

Vanessa Juliani disse...

Algumas informações estão desencontradas, como por exemplo os filhos eram Emígdio, Juca, Benedicta e Antônia.

E Rosária era filha de Cristina e Emigdio.

Abs